Os testes para a implantação do Sistemas de Livre Passagem (free flow) no Brasil foram apresentados no último dia 14 de outubro, em Brasília, para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O sandbox regulatório, ferramenta que possibilitou a adoção de tecnologias free flow em caráter de teste, servindo de modelo para a implementação do sistema em outras rodovias, foi considerado um sucesso.
O Ministério dos Transportes teve como objetivo apresentar a forma como a resolução do CONTRAN deve dispor sobre os sistemas de livre passagem em vias urbanas e rurais.
A Ampef, associação que reúne empresas de pagamento eletrônico de frete e pedágio, apoia toda e qualquer medida que facilite a vida do motorista, em especial a do caminhoneiro, e tem feito considerações junto a ANTT sobre a necessidade de garantir a isonomia para o bom funcionamento da cadeia logística brasileira.
“Já nos manifestamos no sentido de garantir que o trabalho dos carreteiros não seja afetado, visto que até que seja realizada toda a troca para o novo sistema, os caminhoneiros precisam continuar pagando o pedágio de acordo com a Lei 10.209/2000, que criou o Vale Pedágio Obrigatório e conforme as resoluções da ANTT”, comenta Selmo Pereira, presidente da Ampef.
Pereira fala que a substituição total além de levar o tempo necessário para a adequação, requer que todas as praças tenham o mesmo tipo de estrutura física e tecnológica. “Nossa preocupação é um apagão logístico. Sabemos que 60% das cargas brasileiras circulam pelo modal rodoviário, por isso, uma mudança escalonada é saudável e necessária para que não haja impacto negativo no setor logístico, nevrálgico para o crescimento do país”.
O free flow poderá ser adotado em todas as rodovias federais brasileiras e promete reduzir tempo e trânsito nas estradas, evasão de pedágio entre outros. A adoção do sistema está alinhada com a política de concessões do Ministério dos Transportes.
O sandbox viabilizou um ambiente controlado que permitiu testar inovações tecnológicas. “O experimento mostrou que os usuários se adaptaram à tecnologia e ao que estamos oferecendo, que é segurança, fluidez, e a entrega de um melhor serviço para a sociedade” afirmou o gerente de Regulação Rodoviária da ANTT, Fernando Feitosa. “Sabemos da importância da tecnologia e da automação no transporte rodoviário, as IPEFs (Instituições de Pagamento Eletrônico de Frete) são parte dessa inovação, pois eliminam a carta-frete e trazem para embarcadores e transportadoras segurança e assessoria logística”, diz Pereira “somos parceiros do poder público em todas as frentes de melhoria no setor”, completa.